Muito bom, Dia! Romantizar a pobreza, especialmente quando suas dores não foram sentidas na pele e no estômago, além de tudo, é falta de caráter. Fico tão tristre quando vejo jovens (meninos e meninas) empolgados com o "empreendedorismo" e "meritocracia", duas falácias para conter pobres na miséria. A maioria dos empreendedores de hoje serão miséráveis no futuro. Abraço querida!
Dinheiro para a maioria dos brasileiros é sinônimo de felicidade porque oportuniza uma vida com dignidade.
Mofo na parede significa que aquela pessoa foi despojada da luz do sol. Isso é muito violento.
Nunca passei privação material na vida, tive meus privilégios, mas minha mãe, que teve uma infância pobre, sempre lembrava que tudo aquilo que a gente tinha acesso e achava normal um número imenso de pessoas não tinha.
Sabe uma coisa que ela odiava e que muita gente acha maravilhoso? Tempestades com raios e trovões. Ela nasceu em um interior no sul da Bahia e quando chovia, o rio próximo transbordava, casas eram destruídas pelas enxurradas e pessoas e animais morriam atingidos por raios. Quando tinha tempestade aqui em Salvador (é raro, mas acontece), já morando em apartamento com uma boa estrutura e seguro, ela se cobria toda e a casa ficava em completo silêncio em respeito ao trauma dela. A gente só voltava a falar quando o temporal passava.
Nossa, Ludmila, que relato forte. Entendo imensamente a sua mãe e sinto muito por tudo. Sabe uma coisa louca, ontem depois de programar esse texto para entrega eu fui dormir e hoje acordei com dor em todo o corpo. Eu tenho dores muito fortes geradas por ataque de pânico e hoje procurando o motivo tenho quase certeza que escrever sobre isso detonou um gatilho em mim. Falar sobre o trauma às vezes ajuda, mas talvez silenciar também seja uma boa solução.
Quando vi o vídeo da atriz TB fiquei indignada. Assim como sua avó, tenho pânico de lagartixa. Lembro do meu avô me dizer "tanta coisa pra vc ter medo, vai ter medo logo de lagartixa, aqui tá cheio". Foram anos sem dormir direito, até ter uma casa forrada. Pense que eu detesto a ideia "o pobre que é feliz, vida simples". Enfim, texto maravilhoso.
Muito bom ler esse texto tão lúcido. Bom senso e consciência está em falta na nossa sociedade. Olhar o outro e ter empatia, lutar para que as pessoas possam ter condições de vida melhores é o mínimo. Quando falo pra minha mãe (que demoniza o dinheiro em maior quantidade) que dinheiro traz felicidade é exatamente disso que estou falando: conforto e ACESSO a mais do que o básico, do básico. Coisa que uma parte esmagadora dos brasileiros não tem.
Quando assisti White Lótus - excelente série, por sinal - só pensava em como ser rico marca uma experiência de vida, de existência no planera Terra completamente diferente.
Excelente reflexão. Dinheiro traz felicidade, sim. E quem diz ao contrário, já deve ter a vida muito confortável. Infelizmente esse discurso raso de romantização da pobreza, infelizmente, ainda é muito reverberado pela própria esquerda 🥹. O sentimento de vulnerabilidade, de humilhação, por viver em uma corda bamba é de rasgar qualquer saúde mental.
Eu olho pra minha própria casa cheia de infiltrações que não consigo consertar porque nunca sobra dinheiro e tenho vontade de chorar com esse discurso. Seu texto me representa demais.
Perfeito. Essa romantização também me parece ser usada para diminuir uma "culpa" que grupos sentem por terem privilégios. Nunca vou entender grifes vendendo coisas rasgadas a preço de carro novo. Disse tudo, Dia. <3
Dia, venho de uma condição bastante diversa da sua, mas fico em choque com todas essas tendências. Principalmente essas manchetes de vestibular. Sinto que gera um sentimento de inadequação pra mtos jovens que estão nessa fase, uma "obrigação" de vencer na vida mesmo sob inúmeras adversidades. Na lista de livros eu colocaria tbm o Ninguém quis Ver da Bruna Mitrano. Ótima news ✨
Dia, como amayyy ler seu texto! O mesmo se dá comigo em relação à romantização da vida nos subúrbios cariocas! Vivam lá um dia por obrigação e aí, como se diz, vão ver o que é "bom pra tosse"...
Muito bom, Dia! Romantizar a pobreza, especialmente quando suas dores não foram sentidas na pele e no estômago, além de tudo, é falta de caráter. Fico tão tristre quando vejo jovens (meninos e meninas) empolgados com o "empreendedorismo" e "meritocracia", duas falácias para conter pobres na miséria. A maioria dos empreendedores de hoje serão miséráveis no futuro. Abraço querida!
Obrigada pelo comentário! 🧡
Dinheiro para a maioria dos brasileiros é sinônimo de felicidade porque oportuniza uma vida com dignidade.
Mofo na parede significa que aquela pessoa foi despojada da luz do sol. Isso é muito violento.
Nunca passei privação material na vida, tive meus privilégios, mas minha mãe, que teve uma infância pobre, sempre lembrava que tudo aquilo que a gente tinha acesso e achava normal um número imenso de pessoas não tinha.
Sabe uma coisa que ela odiava e que muita gente acha maravilhoso? Tempestades com raios e trovões. Ela nasceu em um interior no sul da Bahia e quando chovia, o rio próximo transbordava, casas eram destruídas pelas enxurradas e pessoas e animais morriam atingidos por raios. Quando tinha tempestade aqui em Salvador (é raro, mas acontece), já morando em apartamento com uma boa estrutura e seguro, ela se cobria toda e a casa ficava em completo silêncio em respeito ao trauma dela. A gente só voltava a falar quando o temporal passava.
obrigada pelo texto.
Nossa, Ludmila, que relato forte. Entendo imensamente a sua mãe e sinto muito por tudo. Sabe uma coisa louca, ontem depois de programar esse texto para entrega eu fui dormir e hoje acordei com dor em todo o corpo. Eu tenho dores muito fortes geradas por ataque de pânico e hoje procurando o motivo tenho quase certeza que escrever sobre isso detonou um gatilho em mim. Falar sobre o trauma às vezes ajuda, mas talvez silenciar também seja uma boa solução.
Quando vi o vídeo da atriz TB fiquei indignada. Assim como sua avó, tenho pânico de lagartixa. Lembro do meu avô me dizer "tanta coisa pra vc ter medo, vai ter medo logo de lagartixa, aqui tá cheio". Foram anos sem dormir direito, até ter uma casa forrada. Pense que eu detesto a ideia "o pobre que é feliz, vida simples". Enfim, texto maravilhoso.
Obrigada pela leitura!
Muito bom ler esse texto tão lúcido. Bom senso e consciência está em falta na nossa sociedade. Olhar o outro e ter empatia, lutar para que as pessoas possam ter condições de vida melhores é o mínimo. Quando falo pra minha mãe (que demoniza o dinheiro em maior quantidade) que dinheiro traz felicidade é exatamente disso que estou falando: conforto e ACESSO a mais do que o básico, do básico. Coisa que uma parte esmagadora dos brasileiros não tem.
Concordo muito. A gente precisa redefinir o nosso conceito de felicidade também.
Obrigada pelo comentário, querida!
Quando assisti White Lótus - excelente série, por sinal - só pensava em como ser rico marca uma experiência de vida, de existência no planera Terra completamente diferente.
Sim. Imagina poder fazer o que você quiser quando quiser.
Excelente reflexão. Dinheiro traz felicidade, sim. E quem diz ao contrário, já deve ter a vida muito confortável. Infelizmente esse discurso raso de romantização da pobreza, infelizmente, ainda é muito reverberado pela própria esquerda 🥹. O sentimento de vulnerabilidade, de humilhação, por viver em uma corda bamba é de rasgar qualquer saúde mental.
Eu olho pra minha própria casa cheia de infiltrações que não consigo consertar porque nunca sobra dinheiro e tenho vontade de chorar com esse discurso. Seu texto me representa demais.
Um abraço pra ti, querida. <3
Perfeito. Essa romantização também me parece ser usada para diminuir uma "culpa" que grupos sentem por terem privilégios. Nunca vou entender grifes vendendo coisas rasgadas a preço de carro novo. Disse tudo, Dia. <3
🧡 também não entendo Gabi. Nunca pagaria por uma roupa que parece um saco de lixo.
Dia, venho de uma condição bastante diversa da sua, mas fico em choque com todas essas tendências. Principalmente essas manchetes de vestibular. Sinto que gera um sentimento de inadequação pra mtos jovens que estão nessa fase, uma "obrigação" de vencer na vida mesmo sob inúmeras adversidades. Na lista de livros eu colocaria tbm o Ninguém quis Ver da Bruna Mitrano. Ótima news ✨
Sim. Esse da Bruna mexeu muito comigo. Estará na oficina que vou ministrar também. 🧡
Dia, como amayyy ler seu texto! O mesmo se dá comigo em relação à romantização da vida nos subúrbios cariocas! Vivam lá um dia por obrigação e aí, como se diz, vão ver o que é "bom pra tosse"...